quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Matematicamente falando: Os bons são a maioria


O texto abaixo faz parte das comemorações de 125 anos da Coca-Cola. É um manifesto a favor do otimismo. “Razões para acreditar. Os bons são maioria” foi o tema da campanha “Abra a Felicidade”, que propôs uma visão positiva da vida como contraponto ao negativo.
Muito lindo, vale a pena conferir!

OS BONS SÃO A MAIORIA
 

Para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, existem cem casais planejando ter filhos.
Para cada corrupto existem oito mil doadores de sangue.
Enquanto alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas de alumínio já são recicladas no Brasil.
Para cada tanque fabricado no mundo, são feitos cento e trinta e um mil bichos de pelúcia.
Para cada religioso radical, há pelo menos 50 vezes mais “não religiosos” flexíveis.
Na Internet, a palavra amor tem mais resultados do que a palavra medo.
Para cada muro que existe no mundo, se colocam duzentos mil tapetes escritos “bem-vindo”.
Enquanto um cientista desenha uma nova arma, há um milhão de mães fazendo pastéis de chocolate. 
Para cada arma que se vende no mundo, vinte mil pessoas compartilham uma Coca-cola.

 
 
Existem razões para acreditar. 
 
 
Os bons são maioria. 

terça-feira, 3 de abril de 2012

Oração da maçaneta - Gióia Júnior

Não há mais bela música que o ruído da maçaneta da porta quando meu filho volta para casa.
Volta da rua, da vasta noite, da madrugada de estranhas vozes, e o ruído da maçaneta e o gemer do trinco, o bater da porta que novamente se fecha, o tilintar inconfundível do molho de chaves são um doce acalanto, uma suave cantiga de ninar.
Só assim fecho os olhos, posso afinal dormir e descansar.
Oh! a longa espera, a negra ausência, as histórias de acidentes e assaltos que só a noite como ninguém sabe contar!
Oh! os presságios e os pesadelos, o eco dos passos nas calçadas, a voz dos bêbados na rua e o longo apito do guarda medindo a madrugada, e os cães uivando na distância e o grito lancinante da ambulância!
E o coração descompassado a pressentir e a martelar na arritmia do relógio do meu quarto esquadrinhando a noite e seus mistérios.
Nisso, na sala que se cala, estala a gargalhada jovem da maçaneta que canta a festiva cantiga do retorno. E sua voz engole a noite imensa com todos os ruídos secundários.
-Oh! os címbalos do trinco e os clarins da porta que se escancara e os guizos das muitas chaves que se abraçam e o festival dos passos que ganham a escada! Nem as vozes da orquestra e o tilintar de copos e a mansa canção da chuva no telhado podem sequer se comparar ao som da maçaneta que sorri quando meu filho volta.
Que ele retorne sempre são e salvo, marinheiro depois da tempestade a sorrir e a cantar. E que na porta a maçaneta cante a festiva canção do seu retorno que soa para mim como suave cantiga de ninar.
Só assim, só assim meu coração se aquieta, posso afinal dormir e descansar.