domingo, 25 de abril de 2010

VOCÊ É BOM EM TOMAR DECISÕES?

Um grupo de crianças brinca próximo a duas vias férreas, uma das vias ainda está em uso e a outra está desativada.
Apenas uma criança brinca na via desativada, as outras na via em operação.
O trem está vindo e você está exatamente sobre aquele aparelho que pode mudar o trem de uma linha para outra.
Você pode fazer o trem mudar seu curso para a pista desativada e salvar a vida da maioria das crianças.
Entretanto, isto significa que a solitária criança que brinca na via desativada será sacrificada.
Você deixaria o trem seguir seu caminho?
VOCÊ TEM QUE TOMAR UMA DECISÃO! O TREM NÃO PARARÁ ESPERANDO POR VOCÊ!
A maioria das pessoas escolherão desviar o trem e sacrificar só uma criança.
Você pode ter pensado da mesma forma, eu acho.
Exatamente, salvar a vida da maioria das crianças à custa de uma só criança é a decisão mais racional que a maioria das pessoas tomariam, moralmente e emotivamente.
Mas, você pensou que a criança que escolheu brincar na via desativada foi a única que tomou a decisão correta de brincar num lugar seguro?
Não obstante, ela tem que ser sacrificada por causa de seus amigos ignorantes que escolheram brincar onde estava o perigo?
Este tipo de dilema acontece ao nosso redor todos os dias.
No escritório, na comunidade, na escola, na política...
E especialmente numa sociedade democrática, a minoria frequentemente é sacrificada pelo interesse da maioria, não importa quão tola ou ignorante a maioria seja e nem a visão de futuro e o conhecimento da minoria.
Além do mais, se a via tinha sido desativada, provavelmente não era segura.
Se você desviou o trem para a outra via, colocou em risco a vida de todos os passageiros.
E em sua tentativa de salvar algumas crianças sacrificando apenas uma, você pode acabar sacrificando centenas de pessoas.
Se estamos com nossas vidas cheias de fortes decisões que precisam ser tomadas, nós não podemos esquecer que decisões apressadas nem sempre levam ao lugar certo.
Lembre-se de que o que é correto nem sempre é popular... E o que é popular nem sempre é correto.
E que todo mundo comete erros; foi por isso que inventaram a borracha e o apagador.
Mensagens do Dia - Pe. Marcelo Rossi 22/04/2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Matemática e BBB

Outro dia falei na sala de aula sobre a Matemática do BBB.
E atendendo a inúmeros pedidos, aqui vai um resuminho:

O Período de duração do BBB é de 3 meses.
Toda semana tem Paredão.
O mês tem 4 semanas, então 3 x 4= 12 paredões.
Em média, cerca de 30.000.000 de pessoas ligam para votar em quem deve sair da casa.
O Custo de cada Ligação é de R$0,31 + Impostos.

Então: R$0,31 x 30.000.000 = R$ 9.300.000 (sem contar os impostos) por paredão.

R$9.300.000 x 12= R$ 111.600.000 (cento e onze milhões e seiscentos mil reais)

Como o prêmio para o vencedor é de R$1.500.000 (BBB10) fazemos:

R$111.600.000 - R$1.500.000 = R$110.100.000 (cento e dez milhões e cem mil reais)

A emissora ainda ganha com patrocínio e TV a Cabo.

Perceberam como se ganha dinheiro fácil neste país.

Procura-se um par de orelhas...

Epíteto um filósofo grego que viveu entre 55 e 135 d.C, costumava dizer: "Temos duas orelhas e uma boca; assim, devemos ouvir duas vezes mais do que falar."
Cada vez fica mais difícil encontrar alguém que esteja disposto a nos ouvir.

Ouvir é uma arte!

É preciso muita paciência para ouvir aquilo que nem sempre é agradável, o que nem sempre nos interessa e que as vezes nem concordamos.
É caridade ouvir um desabafo, uma reclamação ou uma necessidade de alguém expressar um ponto de vista.
As clínicas de psicanálises estão lotadas de gente que precisam falar de si.
Desde pequenos somos incentivados a falar, mas não a ouvir.
Já soube de estórias de pessoas que perderam um emprego por ter falado demais na entrevista.
Na sala de aula o aluno deixa de entender melhor porque não sabe ouvir.
Reparem que somente aprendemos quando ouvimos. Já quando falamos, no máximo, confirmamos o que sabemos.

Um autor desconhecido, contou:
Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.
Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa ?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.
Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a carroça esta vazia, se ainda não a vimos ?
Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça esta vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), ou tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:
" Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz..." 


O mundo está cheio de pessoas que falam e se expressam muito bem, mas está carente de pessoas que saibam ouvir.